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     17/05/2024            
 
 
    

Apicultura é a arte ou técnica de criar abelhas. No Brasil, a abelha mais criada pelos apicultores é a africanizada, popularmente conhecida como “oropa” ou “italiana”. Essa abelha é um híbrido das abelhas europeias (Apis mellifera mellifera, Apis mellifera ligustica, Apis mellifera caucasica e Apis mellifera carnica) com a  africana (Apis mellifera scutellata). Em vários países e estados brasileiros, a criação de abelhas africanizadas vem se consolidando como alternativa social e economicamente positiva, capaz de gerar produtos utilizados como alimento e fonte complementar de renda. A apicultura representa ainda uma atividade importante em sistemas agrícolas graças aos serviços de polinização prestados pelas abelhas, que podem elevar a quantidade e qualidade dos frutos, grãos e sementes produzidos. No Acre, essa atividade encontra-se ainda em processo de estruturação.

Um dos maiores problemas enfrentados pelos apicultores locais é o atendimento à legislação em vigor, que exige, entre outros itens, a construção de unidades de processamento e beneficiamento de produtos apícolas devidamente equipados, além da incorporação das boas práticas de produção ao longo de todo o sistema. Os custos envolvidos na construção das unidades e na implantação dessas práticas é a grande pergunta que se tem no momento, uma vez que não há dados específicos para o Acre. A estimativa, no entanto, é que sejam necessários cerca de 150 mil reais para construir, equipar e regularizar uma unidade de extração de mel, de aproximadamente 54 metros quadrados, capaz de beneficiar até 15 mil quilos de mel por ano (ou a produção de 50 apicultores com 15 colmeias, produzindo cada uma 20 kg de mel por ano).

No caso específico do Acre, há ainda a necessidade de implementação de outras medidas, mencionadas pelos apicultores em um estudo feito pela Embrapa Acre e o Sebrae/AC em 2009, como a realização de análises laboratoriais gratuitas (ou a custo reduzido) que permitam atestar a qualidade do mel consumido na região, além de identificar as falsificações; maior envolvimento da vigilância sanitária, com repasse das normas e das possibilidades de melhorias dos produtos e serviços prestados; mais apoio na obtenção de material apícola, seja por meio de doações ou de produção desse material (ou parte dele) no próprio estado, com capacitação de pessoal local; implantação de um programa de capacitação na atividade de criação de abelhas africanizadas em todos os níveis (do básico ao avançado) e realização de cursos que possibilitem o aproveitamento comercial de outros produtos apícolas, como pólen, cera, própolis, geleia real, entre outros.

Ainda de acordo com esses apicultores, outras medidas também são necessárias como a organização dos criadores em associações e cooperativas; a implantação de um programa de assistência técnica contínua e especializada, da produção à comercialização; investimento em pesquisas relacionadas ao enriquecimento do pasto apícola e ao desenvolvimento/aperfeiçoamento de práticas e tecnologias mais apropriadas à Amazônia; a inserção na mídia de campanhas educativas, valorizando a profissão de apicultor, além dos produtos e serviços prestados pelas abelhas, como os de polinização; a criação de linhas de financiamento mais acessíveis aos agricultores de base familiar, bem como uma maior integração entre as instituições que trabalham com apicultura, os apicultores e os demais elos da cadeia apícola.

Os desafios, portanto, são inúmeros. No entanto, vale ressaltar que alguns estados brasileiros, em particular os da região Nordeste, passaram recentemente por esse processo de estruturação e se encontram hoje em posição de destaque no cenário nacional de produção de mel. Esses estados têm, portanto, bons motivos para comemorar o Dia Nacional do Apicultor, celebrado no dia 22 de maio. O mesmo, certamente, poderá ocorrer no Acre, com a implantação de empreendimentos, individuais e coletivos, que permitam a oferta de um produto seguro e de elevada qualidade.

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